Bidonville
por Torradaemeiadeleite, em 19.02.08
Fotografia de Gérald Bloncourt.
A emigração portuguesa em França nos finais dos anos 50 do século passado é o tema duma exposição fotográfica de Gérald Bloncourt, patente no Museu Colecção Berardo em Lisboa .
Este fotógrafo, nascido no Haiti em 1926, transmite-nos assim as condições em que viviam os portugueses recém-emigrados e que se dispuseram a percorrer outros caminhos que não aquele que parecia já traçado à partida num Portugal ditador.
Bidonville significa o mesmo que "bairro de lata" e houve vários, construídos pelos próprios imigrantes à margem das leis e das cidades francesas, sem luz ou água potável, que iam crescendo à medida que chegavam mais e mais...
Claro que houve sonhos que se perderam e mesmo alguns forçados a voltar pior do que partiram... Mas os pioneiros que conseguiram vencer as barreiras da língua, da saudade e das condições sócio-económicas conseguiram ser o exemplo de muitos outros que se lhes seguiram e muitas vidas melhoraram, não só as deles como as dos que ficaram a vê-los partir.
Este fotógrafo, nascido no Haiti em 1926, transmite-nos assim as condições em que viviam os portugueses recém-emigrados e que se dispuseram a percorrer outros caminhos que não aquele que parecia já traçado à partida num Portugal ditador.
Bidonville significa o mesmo que "bairro de lata" e houve vários, construídos pelos próprios imigrantes à margem das leis e das cidades francesas, sem luz ou água potável, que iam crescendo à medida que chegavam mais e mais...
Claro que houve sonhos que se perderam e mesmo alguns forçados a voltar pior do que partiram... Mas os pioneiros que conseguiram vencer as barreiras da língua, da saudade e das condições sócio-económicas conseguiram ser o exemplo de muitos outros que se lhes seguiram e muitas vidas melhoraram, não só as deles como as dos que ficaram a vê-los partir.
Muitas reflexões nos sugerem as imagens e muitos paralelismos podemos criar com os imigrantes que chegam ao nosso país hoje em dia, podemos ainda discutir o antigamente e o agora, mentalidades, legalidades, os serviços de apoio ao imigrante...
Contudo, o que quero salientar para já é que uns e outros, os mal e os bem sucedidos, não baixaram os braços, não se resignaram... Tentaram, pelo menos, fugir de algo que lhes era imposto, decididos a conduzir eles próprios as suas vidas. E são tão diversas as suas histórias...
Mas sem dar o primeiro passo como poderemos chegar à meta?
P.S.: A exposição termina a 18 de Maio de 2008 (todos os dias das 10h às 19h, excepto à sexta-feira que se prolonga até às 22h ).
5 comentários
De olhar atrevido a 22.02.2008 às 12:22
Fiquei curiosa! Acho que vou dar uma saltada ao CCB.
Sempre tive um respeito enorme por esses homens e mulheres...quem de nós não tem alguém na família que se aventurou! Gosto sobretudo do orgulho que têm em ser portugueses! Gosto da garra!
Obrigado pela sugestão!
Sempre tive um respeito enorme por esses homens e mulheres...quem de nós não tem alguém na família que se aventurou! Gosto sobretudo do orgulho que têm em ser portugueses! Gosto da garra!
Obrigado pela sugestão!
De Torradaemeiadeleite a 22.02.2008 às 12:42
Olá!
Penso que até fazia sentido ser uma exposição itinerante, tantas regiões do nosso país que conhecem esta realidade...
Penso que até fazia sentido ser uma exposição itinerante, tantas regiões do nosso país que conhecem esta realidade...
De Anónimo a 29.02.2008 às 16:18
Mas também é bom lembrarmo-nos dos outros e que conforme os nossos emigrantes tiveram a coragem de emigrar e de dar um salto no escuro, devemos respeitar e acolher melhor aqueles que hoje tentam a sua sorte no nosso país!
De Torradaemeiadeleite a 02.03.2008 às 10:46
Exactamente e penso que a nível institucional já melhorámos muito no que diz respeito ao acolhimento dos emigrantes que nos procuram pela 1ª vez.
De Anónimo a 23.06.2009 às 19:44
Esta exposição pode servir, tambem, para desmistificar a ideia da qualidade de vida dos emigrantes
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