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Fotografias de Torradaemeiadeleite.
Entre braços de terra e num colo de águas oceânicas encontrámos esta ilha galega. Do seu recorte nascem ambientes singulares e da sua Natureza assimilam-se odores, cores e sons tranquilizadores.
A Ilha de Arousa casa com sabedoria o ser agitado e fresco do Atlântico com a familiaridade e brandura do continente.
Se fugirmos do lado mais concorrido para guarda-sóis e toalhas, defronte aos montes galegos e nos embrenharmos nos trilhos ladeados por pinheiral, rumo a oeste, deparamo-nos com o lado mais sedutor da pequena ilha.
Aqui sujeitamo-nos mais ao temperamento e humores do oceano e também aqui me demoro em fotografias quase sôfregas. Inspirada pela calma das pequenas enseadas e pelas ofertas que as águas deixaram nas areias, vou caminhando cada vez mais para longe e, no final, percorri um trajecto de 3,6 km. De permeio, um ambiente distinto, o dos pinheiros altos e escultóricos, chão de caruma e pinhas abandonadas, dunas suaves e odor resinoso. Aqui e acolá sobreiros de pequeno porte acrescentam singularidade a este lugar.
Seguem-me os passos as aves que por ali se fixam ou descansam de outros voos, inspiro a essência de mar e de pinho, das algas naufragadas e das diversas plantas que atapetam o terreno.
Os pequenos areais, com milhões de conchinhas brancas esmagadas pela erosão, convidam-me e não resisto a caminhar sobre eles. Ao largo, pequenas embarcações vão passando e adivinha-se a sua preciosa carga: peixe, marisco e bivalves.
A tarde vai já no fim, as cañas mataram a sede e os pratos de mexilhões revelam o vazio das conchas negras amontoadas.
Fica a vontade de lá voltar.