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Marcel Proust retratado por Jacques Emile Blanche (1892).
Jonah Lehrer é um jovem cientista que se estreou nos livros com o título "Proust era um Neurocientista". O livro é editado em Portugal pela Lua de Papel e a primeira edição é de Fevereiro deste ano.
Faltam-me três capítulos para o acabar de ler e já não acredito que seja nesses que eu vá encontrar algo que me desiluda! Os que li até agora já são suficientes para o recomendar aos restantes mortais que ainda não o conhecem.
É com grande simplicidade que Jonah nos mostra como a Arte consegue antecipar algumas "descobertas" da ciência, como é que as ideias e os talentos das mais diversas áreas artísticas previram aquilo que , mais tarde, os cientistas comprovaram no laboratório.
Para mim já cativa assim, mas ver depois o rol dos protagonistas que o autor pesquisou e perceber que contributo, para além do cultural, deram em termos científicos foi o click que desencadeou um maremoto de curiosidade e inevitavelmente a compra do livro. Ora vejam: Marcel Proust, Igor Stravinsky, George Eliot, Walt Whitman, Auguste Escoffier, Virginia Wolf, Gertrude Stein e Paul Cézanne. Temos quatro romancistas, um compositor, um poeta, um chefe de cozinha e um pintor.
A memória, a origem da música, a biologia da liberdade, a substância do sentimento, a essência do paladar, a consciência do "eu", a linguagem e o processo da visão são os temas abordados e que nos fazem conhecer melhor aqueles artistas e simultaneamente o funcionamento do nosso cérebro.
"Lehrer mostra que há um preço a pagar quando se reduz tudo a átomos, acrónimos e genes: medir não é o mesmo que compreender e é aqui que a Arte suplanta a Ciência".
Então, o maremoto da curiosidade chegou aí?